sexta-feira, 7 de julho de 2017

Rodas de Conversa e Fórum de Discussão

Durante a fase de execução do Projeto de Inovação, uma das inseguranças que surgiram entre os professores foi quanto à avaliação: Como verificar se os estudantes estavam aprendendo? Como saber se eles estavam estudando os conceitos necessários à sua formação de futuros professores? Porém, diante da expectativa, tanto de professores quanto de alunos, de se fugir da tradicional e famigerada prova, surgiram as propostas de realização de rodas de conversa ou fóruns de discussão, que foram dois dos diversos dispositivos pedagógicos utilizados neste Projeto de Inovação.

Vários dos objetivos relacionados à Leitura, Interpretação e Produção de Textos puderam ser verificados com base nos diversos trabalhos, relatórios, resenhas produzidos para as diferentes disciplinas. No entanto, havia conceitos específicos como a compreensão do princípio da variação linguística e como identificar e combater o preconceito linguístico em nossa sociedade.
Para abordar tais conceitos, conforme sugestão dos próprios estudantes, no dia 23 de maio, nos reunimos para analisar e refletir sobre o conceito de preconceito linguístico, desenvolvido pelo linguista Marcos Bagno, em seu livro Preconceito linguístico - o que é como se faz.

A roda de conversa pressupõe o estudo e a preparação prévia do texto que será discutido, de modo que os conceitos sejam estudados e compreendidos para serem posteriormente compartilhados na roda de conversa.

Na atividade desenvolvida, os alunos se dividiram em grupos relacionados aos capítulos do livro, assim cada grupo estudou mais aprofundadamente um capítulo e preparou um material escrito para auxiliar a compreensão dos demais participantes da roda. Esse material foi depois salvo em uma pasta compartilhada para consulta. Considero importante frisar que a divisão dos capítulos e a sua distribuição entre os interessados em participar da discussão foram protagonizadas pelos próprios estudantes, ou seja, não foi necessário interferir nesses processos, pois eles assumiram a responsabilidade de buscar o conhecimento.

A atividade mostrou-se muito produtiva e proveitosa, pois os estudantes trouxeram informações, reflexões, pontos de vista divergentes, dúvidas e questionamentos. Diferentemente de uma aula expositiva tradicional sobre o tema, houve envolvimento e participação de todos que leram o livro e se prepararam para a roda. O tema gerou reflexões e discussões que não se esgotaram no tempo disponibilizado para a roda de conversa. Por esse motivo e também para possibilitar a participação de outros estudantes que não estiveram presentes no encontro, foi realizado um fórum de discussão sobre o tema preconceito linguístico.

O fórum apresentou uma situação-problema envolvendo o tema já debatido e contou com a participação da maioria dos estudantes. Porém, apesar de ser um dispositivo que também permite a interação e a participação de todos durante um tempo mais prolongado, acredito que a grande participação neste fórum ocorreu devido à realização anterior da roda de conversa. Ou seja, neste caso, o fórum se constituiu em uma continuação ou um desdobramento da roda iniciada em 23 de maio.

Considero que os objetivos pedagógicos relacionados à compreensão do preconceito linguístico foram alcançados de uma maneira muito mais efetiva e interessante para os estudantes, pois houve um grande envolvimento prévio de todos para que a roda pudesse ocorrer. Penso que a grande contribuição deste Projeto de Inovação está em contribuir para o desenvolvimento da autonomia e da responsabilidade com o próprio aprendizado, o que é mais difícil (senão impossível) de ocorrer em um sistema de ensino tradicional em que os "alunos" passivamente recebem uma informação pronta, transmitida por um professor como um conceito formalizado, pronto.

Como disse Paulo Freire, "ninguém caminha sem aprender a caminhar, sem aprender a fazer o caminho caminhando, refazendo e retocando o sonho pelo qual se pôs a caminhar". E estamos todos, professores e estudantes, aprendendo a trilhar esse novo caminho que sonhamos juntos.

Érica Maio Taveira Grande
Professora da Área de Letras
07/07/2017

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